Eles apontam que reajuste vai provocar o aumento de outros produtos.
Muitas famílias têm se “desdobrado” para fechar o orçamento no fim do mês e os gastos vão aumentar ainda mais. Por causa do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o gás de cozinha deve ficar quase 12% mais caro. Comerciantes do Alto Tietê também estão preocupados, afinal, uma alta acaba puxando outras.
Em uma padaria de César de Sousa, em Mogi das Cruzes, boa parte da produção depende do forno a gás. Por isso, o padeiro Eder Franco Sampaio está preocupado com mais um aumento no preço do gás. “A gente fica triste e fica preocupado porque estamos recebendo várias informações de reajuste em vários produtos. Dessa vez foi o gás de cozinha que representa cerca de 15% do nosso custo operacional.”
Para equilibrar as contas e evitar repassar o reajuste para os clientes, Sampaio encontrou uma alternativa. “A gente acabou adquirindo alguns fornos elétricos para poder balancear esse gasto do gás com a energia elétrica.”
Com o aumento de 11,9% do ICMS sobre o gás de cozinha, o botijão de 13 quilos também ficou mais caro. De acordo com o Sindigás, sindicato que representa as empresas distribuidoras, o valor do imposto sobre o botijão passou de R$ 14,60 para R$ 16,40.
Uma revenda de gás no Jardim Universo ainda trabalha com o estoque no preço antigo. Com a diferença do ICMS o aumento no preço do botijão vai passar dos R$ 3. “Para nós hoje ele veio precificado em R$ 3,62, no Estado de São Paulo. Ele foi passado a nível Brasil, mas cada estado fez o recolhimento na questão dos valores. E no nosso foi para R$ 3,62”, explica o comerciante Danilo Coelho.
Sem o repasse, o preço do botijão na revenda está custando R$ 95. “A gente comprou um estoque maior, então estou trabalhando dentro do meu estoque. Então, era no preço antigo e vou continuar mantendo nesse preço para os nossos clientes. Quando eu ver que está saindo esses aqui e der uma baixada, eu vou ter que pedir uma nova remessa aí sim que vou ter que repassar esse aumento para os nossos clientes.”
O Sindigás, que representa as distribuidoras de gás no país, condenou o aumento e a “adoção” da alíquota única para os estados. A entidade disse que a mudança na cobrança do imposto vai “encarecer” o preço para o consumidor final na maior parte do país.