Numa sessão tumultuada e sob protestos de alguns vereadores da oposição, a Câmara Municipal de Poá aprovou, na Sessão Extraordinária desta quinta-feira (25), o Projeto de Lei 079/2023, de autoria do Executivo, que permite o reajuste dos salários dos servidores públicos municipais, incluindo os inativos e pensionistas, de 4,65%, conforme o índice de inflação apurado pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, dos últimos 12 meses.
O objetivo, segundo a proposta, é assegurar o poder aquisitivo da categoria. Mas o valor, bem abaixo do esperado e também bem longe da atual realidade inflacionária, deixou irados alguns vereadores, que deixaram bem clara sua insatisfação. É o caso do vereador Roberto Melo Vieira, o Beto Melo, que usou o plenário para dizer que era um absurdo apresentar um projeto “fraudulento” e que não leva a nada. “Mais uma vez, os funcionários estão sendo apunhalados pelas costas. Mas, enquanto eu estiver nesta Casa, vou defender os servidores”, disse ele, comparando o aumento proposto pelo Executivo poaense com o de outras cidades da região do Alto Tietê.
Segundo ele, a má gestão e o desgoverno da atual prefeita Marcia Bin estão levando a cidade para o “buraco”. “Vergonhoso, estão matando os servidores na unha. Como vamos ter uma cidade no futuro, sem profissionais, sem médicos?”, indagou, lembrando os gastos desnecessários, que não condizem com a real necessidade dos poaenses.
“Infelizmente, tiraram o direito de manifestação dos funcionários, com a votação num horário que não permite que estejam presentes”, frisou, referindo-se à mudança das sessões para as 9h30 e 10 horas, impedindo que a população participe dos trabalhos da Câmara Municipal.
Em dado momento, o vereador ficou tão nervoso que disse à presidente da Casa, Patrícia Bin, que desligasse seu microfone se não quisesse ouvir sua fala em alto tom.
Outros vereadores, como o Dr. Saul Souza, Luiz Eduardo Oliveira Alves, o Edinho, e Diogo Reis da Costa, o Pernoca, também disseram que este aumento é insignificante e não resolve os problemas dos servidores, que já perderam seu vale-alimentação, mas que votariam a favor para que os funcionários não ficassem sem nada.
“Esta administração não é séria, pois tem tratado com desdém o funcionário público. Tiraram o vale alimentação e até agora não repuseram e ainda vêm com esta proposta absurda!”, disse Dr. Saul Souza.
O vereador Diego dos Reis, o Pernoca, disse que isso é uma falta de respeito com o funcionário público, mas que esta situação “horrível” tem data para acabar. “Falta vontade política; não é falta de dinheiro”, frisou, em seu discurso.
Diante da proposta atual e sem muito a fazer, a maioria votou a favor do Projeto de Lei do Executivo, mantendo o aumento em apenas 4,65%.