A Prefeitura de Mogi das Cruzes pedirá o cancelamento da audiência realizada pela Agência Reguladora de Serviços de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), na última sexta-feira (18), na capital, sobre a concessão de estradas do litoral paulista. O prefeito Caio Cunha participou da consulta pública e, novamente, posicionou-se contrário à instalação de pedágio na rodovia Mogi-Dutra, medida que pode provocar prejuízos econômicos para a cidade e região, e voltou a defender a realização do debate público no Alto Tietê.
A Prefeitura já havia solicitado a transferência da audiência desta sexta-feira para Mogi das Cruzes, o que não foi aceito pela Artesp.
“Já pedi para nossa assessoria jurídica elaborar uma representação para o cancelamento desta audiência. O projeto é muito extenso e abrange 13 cidades. É um absurdo discutir todos os detalhes em apenas uma consulta pública, pois cada município será afetado de uma maneira diferente. Pediremos que uma nova audiência seja realizada em Mogi das Cruzes, respeitando as peculiaridades da região”, afirma Caio.
No entanto, além de um debate público na cidade, o prefeito enfatiza que a principal luta é para que não haja pedágio na Mogi-Dutra. “Nada justifica Mogi estar neste projeto. Vamos recorrer a todas as medidas jurídicas possíveis para impedir o pedágio, sem plano B. Não há como aceitar este absurdo”, completa.
Durante sua fala na audiência desta sexta, o prefeito destacou que, da área abrangida pelo projeto do Governo do Estado, Mogi das Cruzes responde por 17% da arrecadação (27% quando incluídos os municípios de Arujá e Bertioga), mas terá apenas uma contrapartida de 0,5% do total investido na concessão, que será a duplicação de 1,5 quilômetro da Estrada do Evangelho Pleno – o investimento para Mogi das Cruzes seria de R$ 20 milhões.
Caio Cunha citou também que Mogi abastece 27% da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), e apesar do fato de que Itaquaquecetuba terá um entreposto de alimentos, isso pouco mudaria, pois para ir para Itaquá também será necessário pagar pedágio – caso o Governo do Estado não aceite os argumentos dos municípios da região.
“Novamente, Mogi das Cruzes tem o ônus com a implantação do pedágio, sendo que nossa cidade não faz parte do litoral. A maior parte do trajeto é composto por rodovias que já receberam melhorias e investimentos públicos de duplicação, ou seja, a boa condição de grande parte das vias do trecho já foi paga pelos impostos dos contribuintes”, lembra o prefeito.
“A única área do trecho que necessita de duplicação é a rodovia Mogi- Bertioga, porém a melhoria não faz parte do projeto. O baixo investimento em melhorias em Mogi das Cruzes, sobretudo quando comparado aos demais trechos da proposta de concessão, demonstra que o dinheiro do mogiano será direcionado para melhorias em regiões longínquas e, de fato, litorâneas”, conclui Caio.