Com consentimento da Prefeitura de Suzano, valores indevidos de sepultamento são cobrados nos dois cemitérios municipais existentes na cidade: São Sebastião, localizado na região central, e no São João Batista, no bairro da Raffo. A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) foram acionados para investigarem a denúncia.
A Prefeitura direciona a cobrança para uma pessoa particular. O homem responsável pelo recebimento diz que pagamento estaria relacionado ao serviço de lacração de gavetas, porém, esta atividade já faz parte do trabalho do agente sepultador. Ou seja, não poderia ser cobrada.
A denúncia foi feita pelo vereador Lisandro Frederico. Após receber informações sobre a cobrança das taxas, por meio de familiares de pessoas sepultadas, o parlamentar foi ao cemitério da região central. No local, obteve a confirmação da cobrança, mas foi negado o acesso a outras informações.
“A pessoa responsável pela administração do cemitério confirmou que as taxas eram exigidas dos familiares e a justificou dizendo que a cobrança estava ampara em uma lei. Após análise, foi descoberto que tal legislação não existe e confronta diretamente outras leis existentes”, explicou Lisandro.
SEM TRANSPARÊNCIA
Durante a diligência do vereador, a secretaria de Administração da Prefeitura, Cíntia Renata Lira, apareceu no cemitério. Ao contrário da transparência que se espera do Poder Público, Cíntia impediu que o vereador tivesse acesso a documentos e negou fornecer qualquer informação sobre a cobrança de taxas.
“Em 2017, o cemitério de Suzano já foi denunciado por desvio de dinheiro. É muito estranho diante de uma nova irregularidade, a responsável pela pasta agir obstruindo uma investigação. A secretária está há quase 4 anos à frente da gestão dos cemitérios e negou prestar esclarecimentos”, disse Lisandro.
NÚMERO DE MORTES
Lisandro crítica, ainda, a falta de transparência no número de mortes por dia na cidade. “Já solicitei por diversas vezes a quantidade de mortes por dia no município, mas obtive respostas inverídicas ou, simplesmente, não obtive a resposta da Prefeitura. Há um evidente esquema que precisa ser investigado e interrompido”, afirmou Lisandro