Após toda a polêmica causada por uma ‘visita’ dos vereadores que integram a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga possíveis irregularidades no contrato para coleta e destinação do lixo de Mogi das Cruzes pela empresa Peralta Ambiental, a reportagem do Gazeta Popular, procurou nesta última quinta-feira, 19, a direção da Peralta para ouvir o outro lado.
O fato é que na semana passada, após a vistoria, os vereadores da CEI e o próprio Legislativo mogiano divulgaram informações indicando que teriam sido tratados com truculência por seguranças e diretores da Peralta que emprega cerca de 600 pessoas em sua operação em Mogi das Cruzes. A reportagem do Gazeta foi muito bem recebida pelos diretores da Peralta na mesma garagem onde os vereadores da CEI e integrantes da assessoria de imprensa da Câmara estiveram na semana passada.
O gestor da garagem André Miguel Simãozinho detalhou todo o trabalho desenvolvido pela empresa em Mogi: “Temos nossas operações normalizadas e recentemente saiu uma pesquisa na qual temos 85%. “Temos 22 caminhões compactadores, dois caminhões de gaiola, seis caminhões basculantes, quatro vans, entre outros. No total, recolhemos 11 mil toneladas por mês”, detalhou André, ressaltando o compromisso da empresa com a eficiência no serviço prestado. André observou à equipe do Gazeta que a empresa atua em Itaquá e em diversas cidades do ABC paulista e que cumpre a risca todos os seus contratos.
“O contrato é público, a empresa é privada”
Questionado sobre o comportamento dos representantes da empresa na visita/vistoria dos vereadores, André foi categórico. “O espaço da empresa é particular, mas o contrato que temos com a Prefeitura é público. No entanto, não foi feito nenhum requerimento pelos vereadores para visitar a nossa empresa. No dia da visita, nosso diretor recebeu os parlamentares e não proibiu ninguém de entrar, apenas pediu calma e solicitou que o cinegrafista informasse o que pretendia gravar ou filmar”, explicou.
O representante da Peralta ainda mencionou um incidente envolvendo o vereador Iduigues. “Temos as filmagens externas que mostram que não houve nenhuma agressão. Nosso diretor sempre pediu calma e respeito. Queríamos apenas que houvesse educação durante o processo”, ressaltou André.
Quanto às supostas irregularidades apontadas pelos vereadores, André afirmou que os serviços questionados estão em conformidade com o contrato. “O valor do lixo e entulho é o mesmo por tonelada. A Peralta não tem nada para esconder”, declarou com firmeza.
Nos vídeos aos quais a reportagem teve acesso durante a visita na garagem da empresa ficou claro que em momento algum os representantes da Peralta foram agressivos ou tentaram agredir os parlamentares, que, por seu lado, liderados por Iduigues (que chegou a gritar) decidiram ‘cair para dentro’, apesar de o diretor da empresa ter observado várias vezes aos integrantes da comissão que o local era particular (e não da prefeitura) e que a vistoria poderia ter sido realizada sem problema algum desde que a CEI agendasse a visita, o que não teria sido feito pelos vereadores que decidiram ‘chegar, chegando’. Integram a CEI do Lixo, além de Iduigues do PT, os vereadores Inês Paz (PSOL) e Marcelo Brás (Republicanos).