Luta antimanicomial também é lembrada na Saúde Mental suzanense
O dia 18 de maio foi marcado por ações de conscientização em Suzano sobre o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e sobre o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Ambas as temáticas foram abordadas no município em atividades especiais que reforçam a importância do debate acerca de temas até então invisíveis ou pouco discutidos com a população.
Desde 2013, a data é lembrada como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que em Suzano ganhou mais significado por meio de uma ação de conscientização promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Suzano (Comdicas) e pelos dois Conselhos Tutelares da cidade, com o apoio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) e do Fundo Social de Solidariedade.
A atividade em frente ao paço municipal ocorreu ao longo de todo o dia e abordou pedestres e motoristas para a devida orientação sobre o tema, reforçando como esses crimes acontecem e as formas de denunciá-los, com faixas informativas em pontos de parada no trânsito e nos postos de vacinação da cidade.
“A informação é nossa principal arma contra situações de abuso e violência, sobretudo quando tratamos de crianças que, por vezes, são desacreditadas e sofrem em silêncio. A nossa missão, enquanto adultos, gestores e promotores de políticas públicas é abrir os olhos para esses casos, que infelizmente acontecem dentro de casa e em lugares que deveriam ser sinônimo de segurança e aconchego”, disse o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Geraldo Garippo.
A ação também contou com a presença do prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, que endossou o discurso sobre a importância do tema na sociedade. “Precisamos reforçar com a população que ninguém está sozinho. Contamos com canais de atendimento, como o disque denúncia (Disque 100), órgãos e entidades parceiras para o acolhimento dessas vítimas. Mas, para isso, o primeiro passo é falar e expor a importância do debate sobre o abuso, para que cada vez mais seja possível identificar situações de risco e ajudar quem está passando por esse tipo de violação”, afirmou.
O trabalho contou com a participação dos conselheiros tutelares Wellington Costa, Rita Cavalcanti, Sônia Pimenta, Francisca Xavier e José João Silva, além do coordenador Carlo Araújo e dos representantes do Comdicas, Jaqueline Ferreira e Wanderley Costa, que são presidente e membro do conselho, respectivamente. A ação ainda foi prestigiada pelo secretário municipal de Governo, Alex Santos, bem como pelo controlador geral do Município, Sadao Sakai, e pelo chefe de Gabinete, Afrânio Evaristo.
Luta Antimanicomial
Já na Saúde, o dia foi de reflexão sobre Luta Antimanicomial, com ações alusivas preparadas pelas equipes da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) nas unidades de Saúde. De acordo com a coordenadora do órgão, Dulce Ramos, a data é lembrada pelos profissionais da Saúde Mental como protesto aos maus tratos vividos por pessoas confinadas em manicômios, sem o direito a tratamento digno, e como conscientização acerca de todos os preconceitos ainda enfrentados por esse grupo.
“Qualquer forma de exclusão é manicomial. Negligenciar o sofrimento, não respeitar as diferenças, medicalizar a vida e tantas outras violações da liberdade ainda são motivos de luta diária para todos os profissionais da Saúde Mental. Trabalhamos por uma sociedade mais inclusiva, justa e diversa”, comentou a coordenadora, relembrando o histórico dos manicômios.
“Somente agora, no início do século 21, esses hospitais psiquiátricos encerram as atividades para dar espaço a residências terapêuticas, onde o paciente tem acesso a tratamento adequado e à liberdade de escolhas, em uma tentativa de reparação histórica para tantos anos de violação”, reforçou.