Casos da doença foram confirmados em Guararema, Mogi das Cruzes e Santa Isabel. Atualmente, Santa Isabel monitora quatro casos suspeitos.
De acordo com dados do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o Alto Tietê registrou quatro casos de febre maculosa nos últimos três anos. Dois casos foram confirmados em Guararema (um em 2021 e outro em 2022), um em Mogi das Cruzes (em 2020) e um em Santa Isabel (em 2020).
Além disso, a Prefeitura de Santa Isabel informou que atualmente monitora quatro casos suspeitos de febre maculosa. Segundo levantamento esta é a única cidade do Alto Tietê que atualmente possui suspeita da doença. Todos os pacientes de Santa Isabel participaram de uma festa em Campinas, onde também estiveram as quatro pessoas que morreram recentemente por causa da mesma doença.
As prefeituras de Ferraz de Vasconcelos, Poá e Suzano informaram que não tiveram registros de febre maculosa em 2022 nem neste ano. As demais cidades não responderam os questionamentos.
Confira abaixo as respostas dos municípios.
Ferraz de Vasconcelos
A Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos disse que não houve confirmações de casos de febre maculosa, doença de lyme e babebiose nos últimos anos.
Poá
O Departamento de Vigilância em Saúde de Poá informou que o município não registrou casos de febre maculosa no ano de 2022 e também não registrou neste ano.
Ainda segundo o órgão, se houver casos suspeitos de febre maculosa, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município estão aptas a fornecer orientações e, claro, atendimento. Por isso, a Pasta de Saúde ressalta que diante de qualquer sintoma, como febre, manchas avermelhadas pelo corpo, dor de cabeça e no corpo, desânimo, vômito e náuseas ou dor abdominal, a pessoa deve procurar atendimento em uma UBS mais próxima e informar o médico, se esteve em alguma região com incidência de casos. O tratamento da febre maculosa é feito com antibiótico específico e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Suzano
A Secretaria Municipal de Saúde de Suzano informou que não há nenhum caso suspeito de no momento nem foi registrado qualquer caso positivo durante os anos de febre maculosa, doença de lyme e babebiose.
A pasta também esclareceu que a cidade não é área endêmica de transmissão da febre maculosa, como ocorre atualmente com a região de Campinas. Por esta razão, não há necessidade de alguma medida específica.
O que o município faz, por meio do Setor de Controle de Zoonoses, é a dedetização de áreas públicas quando é identificada infestação de carrapatos. Mas esta é uma ação pontual, somente quando necessária, e não há nenhuma programada por enquanto.
Febre maculosa
- O que é febre maculosa?
Segundo o Ministério da Saúde, “a febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável”. Ou seja, há formas leves e formas graves “com elevada taxa de letalidade”. Os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças que causam febre alta.
- O que causa a doença?
A doença é causada, no Brasil, por duas bactérias do gênero Rickettsia, e a transmissão ocorre por picada de carrapato. A Rickettsia rickettsii causa a versão grave e é encontrada no norte do Paraná e no Sudeste. A Rickettsia parkeri leva a quadros menos severos e é encontrada em áreas da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, na Bahia e no Ceará.
- Quais carrapatos transmitem?
No país, são os carrapatos do gênero Amblyomma, principalmente aquele conhecido como carrapato estrela. Mas o ministério alerta que qualquer espécie pode transmitir a febre maculosa, inclusive o carrapato do cachorro.
- É possível transmitir de pessoa para pessoa?
Não. A transmissão por contato humano é impossível.
- Quais são os principais sintomas?
Febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular frequente, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, e paralisia dos membros que começa nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando problemas respiratórios.
- Mas e as manchas?
O Ministério da Saúde alerta que, com a evolução do quadro, “é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés”.
- Tem tratamento?
Sim, com um antibiótico específico. Ele deve começar imediatamente assim que o médico suspeitar que o paciente está contaminado, antes mesmo da confirmação do resultado do exame.