A Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) participou da audiência pública que apresentou o projeto de instalação de pedágios nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. A entidade, contrária à proposta do Governo do Estado, prevê impacto de cerca de 12% no valor dos produtos do comércio mogiano.
Pelos planos do governo estadual, a Mogi-Dutra receberia dois pedágios no sistema free flow, nos quais um no quilômetro 44 e outro na altura de Arujá. Segundo dados da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), o primeiro teria custo de R$ 1,95 e o segundo de R$ 1,45. Já na Mogi-Bertioga, a tarifa seria de R$ 6,12. Os pedágios são bidimensionais, ou seja, a cobrança seria em ambos os sentidos.
Durante a audiência, a Artesp apresentou o cronograma do projeto, que prevê o lançamento do edital de concessão para outubro, o leilão entre dezembro e janeiro de 2024 e a assinatura do contrato para maio de 2024. “A forma com que o projeto foi apresentado dá a entender que está tudo resolvido, mas não podemos aceitar. A questão do pedágio vai impactar no mínimo em 12% no valor final de um produto ou de serviço. O setor vai ser atingido e o comerciante não tem como segurar esse custo, principalmente em um momento de juros altos e que a economia ainda está amarrada, não é momento de abarcar esse aumento do pedágio”, destacou a presidente da ACMC, Fádua Sleiman.
A reunião realizada no auditório do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), reuniu prefeitos, deputados, vereadores e representantes da sociedade civil do Alto Tietê e do Litoral Norte e Sul, que também serão afetados pelo projeto de concessão das rodovias do Litoral Paulista.
De acordo com os dados da Artesp, o projeto contará com um aporte de R$ 5,3 bilhões por parte do Governo do Estado e destinará R$ 860 milhões em Imposto Sobre Serviços (ISS) para os municípios atingidos.
As obras previstas no plano incluem na rodovia Mogi-Dutra – no trecho de Arujá e Mogi das Cruzes – a duplicação de 2,85 km, faixas adicionais em pista dupla de 8,7 km, assim como três dispositivos em desnível, dois dispositivos em nível e quatro passarelas. Já no trecho da Mogi-Bertioga os planos programam 6,25 km de pista dupla, 10,15 km de terceira faixa, 1 km de recuperação de marginais, 47,35 km de acostamento, quatro dispositivos em desnível, três passarelas, três rampas de escape e 34 adequações de baias.
Pelo governo estadual participaram da audiência o diretor geral da Artesp, Milton Roberto Persoli, o diretor de operações da Artesp, Santi Ferri e a assessora técnica Raquel Carneiro.