Em audiência realizada na manhã desta segunda-feira, 27, na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, o prefeito Caio Cunha (Pode) respondeu a perguntas dos vereadores sobre dúvidas do programa de recuperação asfáltica “Nova Mogi”. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da Câmara, Francimário Vieira (PL), o Farofa, e pelo vereador Bi Gêmeos (PSD), presidente da Cohmus (Comissão Permanente de Obras, Habitação, Meio Ambiente, Urbanismo e Semae do Legislativo).
Também compareceram à reunião os parlamentares Marcos Furlan (Pode), Mauro de Assis Margarido (PRD), Inês Paz (PSOL), Iduigues Martins (PT), Mauro Yokoyama (PL), Johnross (PRD), Edson Santos (PSD), Carlos Lucarefski (PV), Zé Luiz (PL), Malu Fernandes (PL), Juliano Botelho (PSB), Osvaldo Silva (REP), Fernanda Moreno (MDB), Marcelo Bras (REP) e Policial Maurino (Pode).
O evento contou ainda com o secretário Municipal de Infraestrutura Urbana, Alessandro Silveira.
O mandatário do Executivo mogiano foi convidado a prestar esclarecimentos depois que um vídeo em que ele aparece ganhou repercussão nas redes sociais. Nas imagens, Caio Cunha afirma que “sobras” das obras do Corredor Leste-Oeste seriam aplicadas na recuperação do asfalto em vias de Mogi. No entanto, o projeto previa a construção de dois terminais de ônibus, em Jundiapeba e em Braz Cubas.
Segundo órgão de imprensa da Região, a Caixa Econômica Federal (CEF), financiadora das intervenções do Corredor Leste-Oeste, teria negado que haja “sobras” no projeto.
Na reunião desta segunda, no entanto, Caio Cunha admitiu que usou a palavra errada e que o correto seria dizer “saldo” em vez de “sobras”. Além disso, ele esclareceu que as melhorias asfálticas já faziam parte do projeto original do Corredor Leste/Oeste.
“Não tiramos de um projeto para colocar no outro, como vem sendo falado constantemente nas redes sociais e na tribuna da Câmara. Essas intervenções fazem parte do escopo do projeto Corredor Leste-Oeste desde sua assinatura”, disse Caio Cunha.
Mais um ponto explicado pelo mandatário da Cidade é que os dois terminais de ônibus não foram construídos por três razões: falta de verba, de área para instalação e de funcionalidade.
“O valor disponível para os terminais no projeto original era de R$ 9,6 milhões. São orçamentos de 2013. Mas, atualmente, para reformar os terminais Central e Estudantes, o custo é de R$ 8 milhões. Além disso, não foram reservadas áreas para os terminais de Braz Cubas e Jundiapeba. Também não havia funcionalidade para os terminais, conforme estudos técnicos”.
Autorização da Caixa
O vereador Zé Luiz quis saber por que a Caixa Econômica Federal (CEF) foi acionada na questão do uso dos recursos do Corredor Leste-Oeste nas intervenções de asfalto. “Se estavam executando intervenções que já existiam no projeto, por que foi preciso pedir nova autorização para a Caixa?”
Caio Cunha respondeu. “A comunicação à Caixa foi feita porque houve um gap de tempo muito grande. A empresa contratada não realizou a construção por causa dessas dificuldades: falta de funcionalidade, falta de verbas suficientes para a construção e de áreas. Se a gente não prestasse contas, corria o risco de ter de devolver todo o dinheiro gasto, ou seja, R$ 97 milhões”.
Por sua vez, o vereador Iduigues Martins perguntou sobre a possibilidade de usar terreno do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) situado em frente à estação de trem de Jundiapeba. “Por que não usaram aquele terreno? Se são verbas separadas, uma do PAC e outra do programa Nova Mogi, por que essa confusão? Além disso, qual empresa está fazendo as obras de melhorias nessas 13 vias ao custo de R$ 23 milhões?”.
Caio Cunha respondeu. “É a empresa Kamilos que está fazendo as obras desses R$ 23 milhões. O terreno do DER tinha problemas na matrícula e também seria insuficiente para abrigar o terminal. Seria preciso desapropriar outros imóveis ao redor”.
Terminais de ônibus em Jundiapeba e em Braz Cubas
Já o vereador Johnross quis saber sobre a possibilidade de a Prefeitura construir os terminais em Jundiapeba e em Braz Cubas no futuro. “Já que nesse contrato os dois terminais foram considerados inviáveis, quero saber se existe como eles serem viabilizados de alguma outra forma futuramente”.
O prefeito acenou positivamente. “Não serão feitos neste contrato, mas há um grupo de trabalho técnico fazendo novo estudo sobre funcionalidade, orçamento e de áreas. Então poderemos ter esses terminais com outros recursos, dependendo da conclusão dos estudos técnicos. Tem de haver necessidade e viabilidade”.
A vereadora Inês Paz quis saber por que não houve audiências públicas sobre a construção dos terminais. Caio Cunha disse que a decisão foi técnica. “Há anos falamos em fazer uma estação de trem até César de Souza. A justificativa da CPTM é que não é um projeto financeiramente viável, pelo menos até então, já que antes o número de habitantes lá no Distrito era menor. Então, podemos debater ideias, mas os projetos são técnicos”.
Obras de asfalto no período noturno
O vereador Marcos Furlan quis saber por que não houve obras de recuperação asfáltica à noite para aliviar o tráfego em vias importantes para o comércio. “Muitos comerciantes, principalmente os da Avenida dos Bancos, questionaram várias vezes sobre o porquê de não se fazer as obras à noite. Isso daria menos impacto no trânsito”.
Caio Cunha respondeu. “Não dava para fazer à noite por causa da tubulação de gás. De noite, se houvesse algum problema, não teríamos como acionar a empresa responsável pela distribuição de gás. Em uma das escavações na Rua Cabo Diogo Oliver, tivemos problemas de rompimento. Deu para chamar bombeiros e empresa, enfim, porque era de dia. Mas a última fase da obra, que é a colocação do asfalto, foi feita de madrugada”.
Por fim, o presidente Farofa encerrou os trabalhos. “O motivo desse convite partiu de uma fala do prefeito em vídeo que foi para as redes sociais. Agradeço ao prefeito, ao secretário e a todos que participaram desse evento”.