Petrobras deve anunciar nos próximos dias a redução de até R$ 0,30 no preço da gasolina praticado nas refinarias. A medida traz esperança para os motoristas da região, mas para os caminhoneiros a situação é diferente.
A Petrobras deve anunciar nos próximos dias a redução de até R$ 0,30 no preço da gasolina praticado nas refinarias. A medida traz esperança para os motoristas do Alto Tietê, mas para os caminhoneiros a situação é diferente.
Agnaldo Silva é motorista de caminhão e afirma que, mesmo com o valor do diesel em queda durante 14 semanas consecutivas, a dificuldade é outra. “Eu recebi propostas das empresas para baixar o valor do frete, alegando a redução no valor do combustível. Assim fica difícil porque às vezes o valor do combustível aumenta, nós pagamos e, mesmo assim não aumentamos o valor do frete. Agora que baixou, eles querem que eu diminua o valor do frete”, conta.
Panelas, mantimentos, produtos de limpeza, água, geladeira e até um fogão: essa é a estrutura do caminhão de um profissional que passa o mês na estrada.
Caminhoneiro há 23 anos, Silvano Gomes relata que, além da estrutura para “viver” na estrada, o custo do caminhão é muito alto. “São 18 pneus rodando e mais dois de suporte. Cada um custa, mais ou menos R$ 3,4 mil. Além do valor do diesel também, né?”, explica.
“Você tem que fazer R$ 60 mil para passar o mês inteiro fora e conseguir pegar R$ 6 mil para levar para casa. Muitas vezes, esse valor [R$ 6 mil] você ainda tem que dividir com o caminhão. Temos que correr atrás para manter toda essa estrutura e ainda ter dinheiro”.
O motorista Márcio Rocha está passando pela mesma situação. Segundo o caminhoneiro, o valor do diesel diminuiu mas o valor do frente também baixou. “Conforme oscila o diesel, oscila o valor do frete. É isso que está acontecendo no mercado atualmente. Um exemplo, cerca de 65% do valor do frete nós gastamos com óleo diesel, por conta das transportadoras”.