O Governo de São Paulo assinou na quarta-feira (18) o contrato com a empresa Motorola para a aquisição de 12 mil novas câmeras corporais portáteis (COPs) para a Polícia Militar. A ampliação do serviço vai gerar uma economia 45,9% para o tesouro estadual em relação ao pregão anterior.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), mesmo com o número ampliado de câmeras e uma série de atualizações tecnológicas, o preço do serviço do contrato será R$ 51,9 milhões por ano. Pelo contrato vigente, as 10.125 COPs disponibilizadas à corporação custam por ano R$ 96 milhões ao governo.
Os novos equipamentos terão uma série de funcionalidades, como reconhecimento facial, leitura de placas de veículos, melhoria na conectividade, com possibilidade de transmissão ao vivo, entre outras inovações, modernizando o serviço atualmente em operação. O dispositivo possui capacidade técnica para integrar as imagens com o Programa Muralha Paulista, além da identificação de foragidos da Justiça.
As novas câmeras também oferecem a possibilidade de a gravação ter o acionamento automático por software, à distância pelo Centro de Operações da PM (Copom) e manual pelo próprio policial. As novas câmeras contarão com um sistema de “buffer” capaz de armazenar imagens dos 90 segundos anteriores à ativação. Ou seja, as câmeras permanecem operando continuamente e, ao serem acionadas para armazenar imagens, elas incluirão gravações retroativas, possibilitando o registro completo da ocorrência.
Com ferramenta de áudio bidirecional, as câmeras acopladas aos uniformes dos policiais permitirão que eles solicitem apoio durante as ações. Devido à transmissão ao vivo, o Copom também poderá acionar outras equipes de apoio antes mesmo que os militares precisem solicitar.
Ainda de acordo com a SSP, o armazenamento de imagens e áudios será aprimorado, bem como as baterias, já que agora o novo contrato exige que cada equipamento possua um outro equivalente para recargas, processamento e uploads de arquivos.
A tecnologia disponibilizada pela empresa prestadora do serviço também oferece a possibilidade de compartilhar os registros de áudio e vídeo automaticamente com o Ministério Público, o Poder Judiciário e demais órgãos de controle, seguindo as regras estabelecidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, destaca que com as novas funcionalidades, os equipamentos não servirão somente para fiscalização e controle, mas como “aliados” da corporação e da sociedade. “Será um auxílio nas investigações futuras de qualquer tipo de crime”, ressalta.
Próximas etapas
Antes da assinatura para a aquisição das 12 mil COPs, os equipamentos disponibilizados pela Motorola, empresa vencedora da licitação, passaram por um período de teste com o objetivo de averiguar se abrangiam todas as exigências que constavam na especificação técnica do contrato.
O critério de distribuições das COPs seguirá o protocolo adotado pela Polícia Militar, com base em tropas como a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) e outros batalhões e regiões que possuem um maior número de atuação em ocorrências.
O contrato dos equipamentos é de prestação de serviço, então a empresa que ganhou o pregão é responsável por fazer a manutenção ou troca das câmeras e baterias, caso aconteça algum dano.
Inicialmente, o edital seria lançado com a compra de 10,1 mil desses materiais, mas foi ampliado para 12 mil para alcançar ainda mais equipes, expandindo a atual quantidade de equipamentos em 18% nos uniformes policiais.
As COPs adquiridas por meio do contrato anterior, serão devolvidas a antiga empresa. Porém, se necessário, a PM vai renovar o acordo para manter essas câmeras em funcionamento para que não haja a interrupção no uso até que 100% dos novos equipamentos sejam recebidos pela instituição.