Com a ausência de seus principais puxadores de votos em São Paulo para a eleição de 2026, o PL (Partido Liberal) deve apostar no nome do prefeito de Itaquaquecetuba, Eduardo Boigues, como uma das principais lideranças para a Câmara dos Deputados. Reeleito com expressivos 91,7% dos votos no primeiro turno das eleições municipais, Boigues é visto como um nome com forte influência regional e potencial para atrair uma votação robusta. O prefeito conta com o apoio direto do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que enxerga em Boigues uma figura estratégica para manter o desempenho do partido em São Paulo.
Sem a presença de Eduardo Bolsonaro, que segue nos Estados Unidos e pode não disputar as próximas eleições, e com Carla Zambelli foragida na Itália e inelegível por oito anos, o partido redesenha seu plano eleitoral no Estado. A expectativa é de que Boigues atue não apenas como candidato a deputado federal, mas também como cabo eleitoral decisivo para outros nomes da legenda, especialmente na região do Alto Tietê.
Entre os aliados de Boigues está Marcelo Barbosa, atual secretário municipal em Itaquaquecetuba, que deve disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo. Outro nome forte na região é o do ex-prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, que deve concorrer a deputado estadual com a projeção de conquistar cerca de 150 mil votos. A dobrada com apoio direto de Boigues tende a fortalecer o PL regionalmente, garantindo presença significativa tanto na Alesp quanto em Brasília.
Na capital paulista, o partido também investe em sua bancada de vereadores para formar nova base federal. Lucas Pavanato, o mais votado nas eleições de 2024 com mais de 161 mil votos, é cotado para concorrer à Câmara dos Deputados. A vereadora Sandra Tadeu, com 74.511 votos, também aparece como possível candidata. Já Zoe Martinez, embora esteja bem-posicionada politicamente e à frente da Subprefeitura de Pinheiros, deve permanecer na Câmara Municipal, devido à resistência interna à sua candidatura federal.
Com a meta de manter a representatividade alcançada em 2022, quando elegeu 16 deputados federais no Estado de São Paulo, o PL agora aposta em lideranças com forte apelo regional. A saída de nomes como Ricardo Salles e Guilherme Derrite, que deixaram a legenda, impôs um novo desenho eleitoral à sigla, que passa a mirar em candidatos que têm base consolidada nos municípios.
Além disso, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, André do Prado, é apontado como possível pré-candidato ao governo paulista em 2026. Sua eventual candidatura é vista como um reforço à presença política do Alto Tietê no cenário estadual, com reflexos positivos para toda a região.
Com novas lideranças, apoio da executiva nacional e base eleitoral ativa, o PL busca repetir o bom desempenho das últimas eleições e ampliar sua força política. O protagonismo de Eduardo Boigues e seus aliados deve ser central para essa missão, principalmente em uma região estratégica como o Alto Tietê.