O Sindicato dos Metroviários de São Paulo optou por encerrar a greve que havia fechado as catracas da maioria dos transportes sobre trilhos da cidade na terça-feira. Durante uma assembleia iniciada às seis da tarde, a maioria dos metroviários votou a favor do fim da paralisação. CPTM e Sabesp já haviam decidido anteriormente não prolongar a greve.
Duas opções estavam em consideração: estender a greve para a quarta-feira ou encerrar as mobilizações na noite da terça-feira. A votação, realizada de forma online, teve cerca de três mil participantes, com 79% optando pelo encerramento da paralisação e 19% pela continuidade da greve.
A mobilização, que contou com o apoio de funcionários da Sabesp, ferroviários e metroviários, foi convocada em resposta aos planos de privatização e concessões do governo de Tarcísio de Freitas para o metrô, a CPTM e a estatal de saneamento. Essas categorias demandam plebiscitos com a população e argumentam que as desestatizações representam um “desmonte dos serviços públicos”. Por sua vez, Tarcísio afirma que a mobilização tem “interesses políticos e ideológicos”.
A Justiça de São Paulo aumentou a multa para os sindicatos dos metroviários em caso de descumprimento da determinação de funcionamento de 100% dos serviços do metrô no horário de pico (das 4h às 10h) para R$ 2 milhões. Para os ferroviários, a multa estabelecida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) é de R$ 1,5 milhão, a ser dividida entre três sindicatos.
A greve conjunta de funcionários do metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Sabesp afetou nove linhas de transporte sobre trilhos, lotando os ônibus na capital e gerando alta demanda por transportes de aplicativo, especialmente no início do dia.
Para mitigar os impactos da paralisação, a prefeitura suspendeu o rodízio de veículos e reforçou a frota de ônibus municipais. O governo do estado e a administração municipal também decretaram ponto facultativo para funcionários públicos, e as escolas estaduais de São Paulo e região metropolitana suspenderam as aulas.
Logo no início da manhã, horas após o início da greve, o governador Tarcísio de Freitas fez um pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, classificando a paralisação como “ilegal e abusiva” e associando o movimento a interesses eleitorais, mencionando sindicatos controlados por partidos que planejam disputar as eleições do próximo ano. Ele acredita que greves como essa devem continuar até o ano que vem, pois a motivação seria desgastar seu governo.