Abalo sísmico de 4.0° na escala Richter foi sentido em cidades como Iguape, Itariri e Peruíbe.
O abalo sísmico sentido na manhã desta sexta-feira (16) no litoral sul de São Paulo não pode ser considerado um terremoto, segundo técnico do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).
O tremor de 4.0° na escala Richter foi sentido em cidades como Iguape, Itariri e Peruíbe.
Segundo nota divulgada por volta do meio-dia pelo Centro de Sismologia da USP, o epicentro está “entre as cidades de Miracatu (25 km), Iguape (28 km) e Itariri (32 km), numa área pouco habitada”.
“Os tremores que acontecem no Brasil não são considerados terremotos. Terremoto é quando é catastrófico. Mas esses tremores que acontecem no meio das placas tectônicas, em uma condição intraplaca [como no caso do Brasil], de magnitude 2 ou 3, são mais costumeiros”, explica José Roberto, do Centro de Sismologia da USP.
O técnico explica que abalos de grau 4 são mais raros, especialmente em regiões mais habitadas, mas comumente não apresentam grandes riscos.
“Tremores com de 4 pontos são tremores mais significativos, e quando acontecem em regiões mais habitadas, assustam as pessoas, porque as vibrações duram vários segundos. Às vezes, se o epicentro principal for em uma região bastante habitada, pode trincar ou derrubar algum objeto de prateleira. Mas só isso. Como as pessoas estão desacostumadas, ficam assustadas”, diz.
Tremores são comuns no Brasil
O especialista explica que, porque o Brasil está em uma posição privilegiada, no centro da placa tectônica sul-americana, não ocorrem tremores que causam quedas de prédios ou acidentes mais graves — os chamados terremotos.
Mas não por isso o país está livre de sentir abalos eventuais, causados pela liberação de tensão gerada pela movimentação da placa.
“Estamos em uma posição intraplaca e a placa sul-americana se movimenta alguns centímetros por ano. Essa movimentação faz com que haja um acúmulo de tensões que, de vez em quando, são liberadas. Isso causa pequenos tremores de terra que podem acontecer em qualquer lugar. Pode ser numa floresta ou no centro de uma cidade. Tremores acontecem no Brasil todo“.
O que varia é a quantidade de tensão acumulada e liberada em cada lugar. No entanto, os eventos são acompanhados pelo Centro de Sismologia, que não vê preocupações maiores nas ocorrências até o momento.