De acordo com a família, ex-combatente estava internado no Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes. Sepultamento será às 10h de segunda-feira (17), no Cemitério São Salvador.
Mogi das Cruzes perdeu, neste domingo (16), Paulo Pereira de Carvalho, combatente da 2ª Guerra Mundial. O pracinha, considerado o último expedicionário mogiano, morreu aos 101 anos, no Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi. Segundo a família, ele estava hospitalizado depois de sofrer uma queda e fraturar duas costelas, que perfuraram o pulmão. O caso evoluiu para uma pneumonia, que provocou sua morte.
Paulo Pereira de Carvalho, nasceu em Cristina, Minas Gerais, no dia 3 de novembro de 1921. Aos 12 anos, ele se mudou com a família para Mogi das Cruzes. Após servir o exército, ele foi convocado para a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para combater na 2ª Guerra Mundial.
“Meu pai era mensageiro, levava mensagens da frente de batalha para onde as pessoas estavam. Um dia, ele saiu em uma missão e, para cortar caminho, decidiu ir por um terreno vazio que tinha uma placa em inglês escrito ‘Danger: mine’ [Perigo: mina]. Como ele não entendia inglês, continuou o percurso. Depois de um tempo, começou a ligar os pontos e pensou ‘nossa, estou em um campo minado’. O que salvou foi o terreno úmido, porque assim ele conseguiu voltar refazendo os passos, seguindo as pegadas que tinha deixado”, disse Elizabeth.
“Ele voltou da guerra um pouco traumatizado por ter perdido amigos, literalmente, ao seu lado. Viu companheiros caindo, levando tiros na cabeça e isso o fez odiar bombinhas, rojões e coisas que lembrem armas ou tiros de canhão. Na virada do ano, quando começam os fogos, ele tampa os ouvidos e não gosta de ficar escutando”, completou a filha do pracinha.
Paulo Pereira de Carvalho deixa quatro filhos, sete netos e seis bisnetos. A família informou que o corpo do ex-combatente está sendo velado na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes. O sepultamento será no Cemitério São Salvador, às 10h, de segunda-feira (17).